Fatherson Ribeiro (Cronista de diversos assuntos nacionais e internacionais)
Anistia aos presos políticos do 8 de janeiro.

Nunca uma anistia ampla, geral e irrestrita foi tão necessária. Assim como foi pedida e sancionada a Lei nº 6.683, de 1979, pelo então presidente João Batista Figueiredo, hoje é imprescindível olhar para nosso passado recente para construir um futuro onde conservadores tenham voz ao lado dos progressistas — estes já amplamente representados nas diversas esferas do poder.
O ex-presidente Bolsonaro realiza hoje um ato na praia de Copacabana, pedindo anistia para os presos políticos relacionados às depredações de 8 de janeiro de 2023. Muitos ainda insistem em chamar o evento de “golpe armado”, embora nenhuma arma tenha sido apreendida. Aderindo claramente aos meus valores democráticos (e sabendo que grande parte da direita pensa o mesmo), o que ocorreu naquele dia não deveria causar espanto ou medo, considerando que o centro do poder em Brasília já foi palco de ataques bárbaros perpetrados por diversos grupos da extrema-esquerda.
Se resgatarmos os eventos mais recentes, em 2017, por exemplo, manifestantes incendiaram o Ministério da Agricultura e depredaram os Ministérios da Ciência e Tecnologia, Planejamento e Cultura. Os confrontos com a polícia foram graves: 49 pessoas ficaram feridas, e servidores foram retirados às pressas. Diferentemente do 8 de janeiro, quando as manifestações não afetaram servidores, já que os prédios estavam vazios por não haver expediente.
A questão central é que o aparelhamento da máquina pública, especialmente do Poder Judiciário, atingiu tal nível que, na época dos ataques de 2017, ninguém foi preso ou condenado a 17 anos de prisão. Muito menos se viu o direito ao devido processo legal, com julgamento em todas as instâncias, ser negado a pessoas sem foro privilegiado. Já nas manifestações de 2017, o então governador do Maranhão (hoje ministro do STF) Flávio Dino declarou: “Hoje, em Brasília, a voz do povo se fará ouvir. Ator político essencial e, às vezes, ignorado por analistas.” Nessa fala, Dino caracterizou o evento como um “ato político” legítimo, destacando a relevância da participação popular. Agora, no STF — aparelhado pela esquerda após 16 anos de governos alinhados a essa ideologia —, Dino é um dos ministros mais persecutórios, apoiando penas altíssimas baseadas apenas no espectro político-ideológico dos julgados.
Vale lembrar que, na época do 8 de janeiro, Dino, então ministro da Justiça, não entregou as filmagens do prédio do Ministério da Justiça, solicitadas pela PF e pela CPMI do 8 de janeiro, gerando estranheza até entre analistas ligados à extrema-esquerda. Mas não é só Dino, integrante do atual governo, que deve explicações ao povo. A pergunta que fica é: onde está o ex-ministro do GSI, General Gonçalves Dias? Imagens divulgadas dos dias de protesto mostram o chefe da segurança de Lula distribuindo água e orientando manifestantes sobre como entrar e sair dos prédios do governo. Por que Gonçalves Dias não foi denunciado? Por que seu nome não consta no inquérito? Por que não responde por essa suposta ajuda aos ditos “golpistas”?
Uma coisa é clara, meus amigos: com um STF aparelhado que aplica dois pesos e duas medidas para situações semelhantes, jamais teremos um país verdadeiramente pacificado e unido. A anistia, como defende Bolsonaro, não é para ele, mas para mães, senhoras idosas e pais que tiveram de fugir do país para não serem presos, deixando suas famílias sem sustento. São pessoas que foram detidas como terroristas por se manifestarem — algo que a extrema-esquerda já fez diversas vezes, com a conivência de quem hoje está no poder e nos tribunais.
Por fim, se for para seguir a opinião de alguém, fico com a do ministro da Defesa do atual governo de Lula, José Múcio: “Eu acho que, na hora em que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande [no 8 de janeiro], é uma forma de pacificar. Esse país precisa ser pacificado.”
Enfim… ANISTIA JÁ.
Me siga no Twitter/X: @FathersonRibei1
COMENTÁRIOS