Dra Bianca Trindade (Advogada especialista em Direitos da mulher e o poder da informação)
Mulher, Mãe, Advogada e Agora Colunista: Uma Voz Para Nós

Mulher, Mãe, Advogada e Agora Colunista:Uma Voz Para Nós
Ser mulher é um desafio diário. Ser mãe, advogada e agora colunista deste espaço é uma missão que abraço com entusiasmo, pois acredito que informação é poder. E, mais do quenunca, nós, mulheres, precisamos desse poder para enfrentarmos as adversidadesque ainda nos cercam.
Como advogada, atendodiariamente mulheres que desconhecem seus direitos, que sofrem comdesigualdades no ambiente de trabalho, que enfrentam dificuldades paraequilibrar suas múltiplas funções. Como mãe, vivo na pele a sobrecarga detarefas e a culpa imposta por uma sociedade que ainda espera que a mulher dêconta de tudo com um sorrisão no rosto. Como colunista, quero compartilhar nãoapenas informações jurídicas, mas também reflexões que possam contribuir paranossa evolução, nos fortalecendo diante das vulnerabilidades impostas pelomundo.
A realidade da mulhermultitarefa ou “mil e uma utilidades” é dura e injusta. Dados da PesquisaNacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE mostram que asmulheres dedicam, em média, 21,4 horas semanais aos afazeres domésticos ecuidados com a família, enquanto os homens gastam apenas 11 horas. Além disso,segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGVIBRE), 48% das mulheres que se tornam mães acabam deixando o mercado detrabalho após a licença-maternidade. O impacto dessa sobrecarga e dessadesigualdade é imenso, afetando não só a renda feminina, mas também sua saúdemental e emocional.
O mercado de trabalho, por suavez, ainda nos trata com desconfiança. De acordo com o Fórum Econômico Mundial,o Brasil ocupa a 57ª posição no ranking global de desigualdade de gênero, mesmoo Brasil subindo em ranking de igualdade de gêneros dos países com melhor paridadeentre os gêneros, indo da 94ª posição em 2022 para a de 57ª, segundo o novorelatório Global Gender Gap, divulgado no último dia 21 junho de 2023 peloFórum Econômico Mundial o gap salarial entre homens e mulheres permanecesignificativo.
As mães enfrentam umpreconceito silencioso: muitas empresas evitam contratar mulheres que têmfilhos ou pretendem tê-los, como se a maternidade fosse um empecilho para aprodutividade. No entanto, estudos apontam que as mulheres, mesmosobrecarregadas, são mais produtivas e organizadas. Uma pesquisa da consultoriaGreat Place to Work revelou que empresas com maior equidade de gênero são até15% mais lucrativas. Então, por que ainda enfrentamos tantos obstáculos?
Minha missão aqui é trazerconhecimento, provocar debates e buscar soluções. Quero falar sobre nossosdireitos, sim, mas também sobre saúde mental, sobre as pressões invisíveis quecarregamos, sobre como podemos criar redes de apoio e exigir políticas públicasque nos favoreçam. A mudança começa com informação, com consciência e,principalmente, com união.
Este espaço é nosso! Queroouvir suas histórias, compartilhar aprendizados e, juntas, construir um caminhomais justo. Afinal, se há algo que aprendi em todos esses anos é que mulhernenhuma caminha sozinha. E agora, como colunista, reforço esse compromisso:estarei aqui, toda semana, por nós e para nós.
Para conferir o GlobalGender Gap Report 2023 na íntegra, acesse https://bit.ly/4416JP0.
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